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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Alerta sobre risco do Mossad contra Lula lembra ação do serviço secreto dos anos 1980

 Uma provável operação do serviço secreto israelense teria precedentes, como no caso Yellowcake, contra interesses brasileiros no Iraque


O assunto da semana é a crise diplomática entre Brasil e Israel provocada por uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último domingo (18/2). O mandatário brasileiro comparou a guerra sionista contra o Hamas com o Holocausto nazista na Segunda Guerra Mundial. Isso fez com que Israel taxasse Lula como persona non grata, e fez com que o jornalista Breno Altman, que lança o livro Contra o Sionismo, esta semana, na UNB, alertasse - em entrevista a um jornal - que Lula tomasse cuidado com o Mossad. Não seria a primeira vez que o serviço secreto de Israel deflagraria uma operação contra interesses brasileiros.


O livro que Altman lança na UnB, nesta semana, Contra o sionismo: retrato de uma doutrina colonial e racista, é um compilado de mais de 50 horas de participações de Altman em lives, mais análises e entrevistas, realizadas desde o início do ataque do Hamas contra Isarel, revidado de forma absurdamente desproporcional por Israel.

No livro, lançado pela Alameda Editorial, o jornalista explica os fundamentos do sionismo, da Questão Palestina e do Estado de Israel; aponta as diferenças entre judaísmo e sionismo (que a propaganda de guerra de Israel luta para transformar em sinônimos); demonstra como o sionismo se transformou em uma ideologia racista, colonial e teocrática; e coloca como o resultado de anos de conflito foi a construção de um regime de apartheid que oprime o povo palestino de diversas formas.


Nesta semana, em entrevista ao Correio Brasiliense, sobre o lançamento de seu livro, Breno Altman fez um alerta ao presidente brasileiro: "Se eu fosse o Lula, eu dobrava a segurança. Mas a declaração dele não comparou grandezas, comparou metodologias. Na comparação metodológica ele está correto, ou seja, é a metodologia de extermínio de um povo. O Holocausto teve uma escala industrial, mas a ideia de extermínio é similar. É isso o que deseja o governo Netanyahu, uma limpeza étnica".


A escalada da crise entre Brasil e Israel começou com a declaração de Lula, seguindo com o chanceler Israel Katz tornando o presidente brasileiro persona non grata no país e exigindo uma retratação. Lula não somente negou a possibilidade de se retratar como já anunciou interesse em expulsar o embaixador de Israel do país. 


Por mais que a crise venha crescendo dia a dia desde domingo, não dá para considerar que o Mossad, o famigerado serviço secreto israelense venha a executar um plano contra o presidente brasileiro. Mas há precedentes. Nos anos 1980, agentes secretos de Israel agiram contra o interesse de integrantes do governo brasileiro em seu plano de entregar material físsil para o Iraque. O esquema que ficou conhecido como o Caso Yellowcake, quando o Brasil chegou a enviar 27 toneladas de subproduto de urânio para Saddam Hussein produzir uma bomba nuclear.


Agentes do Mossad interferiram no plano brasileiro e a força aérea de Israel bombardeou a usina nuclear de Osirak, no Iraque, sepultando o projeto de Saddam. Esses fatos, que já foram vistos em romances de espionagem como “Fronteira”, e “Souvenir Iraquiano”, do escritor brasileiro Robinson Pereira, mostram como a determinação de Israel para enfrentar seus desafetos não tem fronteiras.


Outra publicação que mostra o Mossad cruzando o Atlântico para defender interesses sionistas, é Caçando Eichmann, de Neal Bascomb, que narra a história real de como Israel levou à Justiça um dos criadores e gerente da “solução final”, o sistema de extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.


Sem dúvida, realidade e ficção se mesclam há décadas quando o assunto é o Mossad. Por isso, como disse Breno Altman, talvez Lula precise realmente revisar o seu esquema de segurança. Nunca se sabe….



Serviço:


Contra o sionismo: retrato de uma doutrina colonial e racista - por Breno Altman, editora Alameda


Fronteira - por Robinson Pereira, editora Nova Letra


Souvenir Iraquiano - por Robinson Pereira, editora Nova Letra


Caçando Eichmann - por Neal Bascomb, editora Objetiva


Fonte: SGC.COM.BR

sábado, 5 de março de 2022

Líbia, Ucrânia e Otan – Onze anos depois, a mesma estratégia e a mesma indignação

Líbia, Ucrânia e Otan - Onze anos depois, a mesma estratégia e a mesma indignação

Por Robinson Pereira**

Em agosto de 2011, estava eu diante de dois líbios em um saguão de hotel em Túnis, conversando sobre a guerra que a Otan travava no país vizinho. Naquele ano, eu me encontrava na Capital da Tunísia junto com uma delegação convidada pelo governo líbio para observar as ações da aliança militar do Atlântico Norte na Líbia. Quase onze anos depois, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um discurso com duras críticas à Otan. Em 2022, estamos diante de uma nova guerra, mas a Otan continua a mesma.

Habil Aribi Doui era um ex-militar líbio, então com 47 anos, contratado para ajudar um grupo de compatriotas a retornar ao país com uma carga de remédios. Eu o entrevistei durante pouco mais de uma hora, com alguns momentos “off records”. Mesmo quando a câmera estava desligada, ele não confirmou que estava na “folha de pagamento” da Otan, mas deixou claro seu posto de “consultor militar” naquela guerra. O líbio de expressão séria, mas não contrita, controlava muito bem as palavras quando questionado sobre como a Organização do Tratado do Atlântico Norte estava entregando armas, munições, treinamento e assistência técnico-militar em solo líbio. “Eles lançam tudo pelo ar”, dizia, sugerindo que os materiais chegavam aos inimigos de Gaddafi caindo de paraquedas dos aviões da aliança militar.


A habilidade de lançar dinheiro e equipamentos, segundo Aribi Doui, não era a mesma para lançar bombas contra as forças regulares do líder líbio. O mercenário (sem papas na língua, era essa a profissão do líbio naqueles dias de chumbo) contava que por mais que os destacamentos militares regulares líbios estivessem visíveis nas regiões periféricas das cidades, em pleno deserto, a Otan teimava em evitar tais alvos. “As forças da Otan não têm salvado civis. As forças de Gadaffi matam civis todos os dias. A Otan não tem bombardeado as forças de Gadaffi todos os dias. A Otan não age e não enfrenta as forças de Gadaffi. A Otan não olha pelos civis na Líbia!”, denunciou.

Quase 11 anos depois, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, age como um homem seduzido e abandonado por uma aliança militar anacrônica. "A Otan decidiu deliberadamente não cobrir os céus da Ucrânia... Acreditamos que os países da Otan criaram uma narrativa de que fechar os céus sobre a Ucrânia provocaria a agressão direta da Rússia contra a Otan. Essa é a auto-hipnose de quem é fraco, inseguro por dentro, apesar de possuir armas muitas vezes mais fortes do que nós", afirmou Zelensky. O tom de decepção era o mesmo na voz de Habil Aribi Doui cada vez que pronunciava a sigla de quatro letras.

Os discursos do mercenário e do presidente, separados por mais de 10 anos, sugerem um modus operandi padronizado. A Otan mandou dinheiro para que clãs opositores de Gaddafi pudessem pagar mercenários em uma guerra de guerrilha contra um exército regular. Enviou armas, munição e provavelmente foi responsável pelo desenvolvimento dos conhecidos “técnicos”, caminhonetes civis equipadas com lança foguetes, que os líbios passaram a montar às centenas. Mas na hora dos ataques aéreos, parece ter preferido - pelo menos até os últimos dias da guerra - esperar que os dois lados fossem devidamente fustigados, enfraquecidos.

Já a Ucrânia dos dias de hoje recebe criptomoedas como auxílio para a guerra. Mas ninguém luta com bitcoins. O dinheiro digital está disponível para o pagamento de mercenários. A entrada destes  no país já foi liberada pelo próprio Zelensky, que passou os últimos dois anos conversando bem de perto com o dono da ex-Blackwater, o norteamericano Erik Prince. Fuzis, foguetes anti-tanques e munição, são citados em promessas francesas e alemãs, mas o que o ex-comediante quer mesmo é o poder de fogo aéreo da aliança ocidental. E, até agora, recebeu apenas um banho de água fria.

Retrocedendo um pouco mais no tempo, lembramos que em 1991, os opositores de Saddam Hussein já haviam aprendido que não dava certo confiar plenamente nas forças americanas e europeias. Depois de 2003, o mundo percebeu que não dava para confiar em tudo que os signatários da Otan dizem quando o assunto é guerra, já que o Iraque não tinha armas de destruição de massa que justificassem uma invasão. Anos depois, a criação de um coeficiente para recalcular a quantidade de baixas civis da Guerra ao Terror mostrou mais uma vez que de boas intenções o Inferno está realmente cheio.

Eu não tenho dificuldades para fechar os olhos e imaginar o mercenário Habil Aribi Doui olhando, através de potentes binóculos militares, as tropas leais a Gaddafi sendo sobrevoadas incólumes por bombardeios da Otan, assim como consigo imaginar Volodymnyr Zelesnky deprimido diante de um ringlight aceso depois de uma live cheia de bravatas e imprecações contra Putin. O sentimento que liga esses dois momentos históricos é um só: indignação.

** Robinson Pereira é jornalista e integrou em 2011 uma delegação convidada pelo governo Líbio, em 2011, para testemunhar os bombardeios da Otan na Líbia. Robinson é autor dos romances de espionagem “Souvenir Iraquiano” e “Fronteira” e defendeu mestrado na UFSC exatamente sobre este gênero literário.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

O que os caminhoneiros transportaram para os brasileiros

Em todas as caçambas dos caminhões parados pelas rodovias do país há uma carga em comum: a indignação. A revolta é com o descaramento do governo em manter uma política de preços na Petrobras que debocha da cara de todos nós, todas as semanas. E isso afeta todo mundo. Mais do que o sumiço dos combustíveis nos tanques nesses últimos dias.
Precisamos partir do princípio de que seria muito fácil para uma classe organizada como a do setor de transportes, que seria muito fácil começar a subir o preço dos fretes e serviços afins antecipando as elevações dos preços do diesel. Da mesma forma como os donos dos postos de gasolina não deixam o consumidor sentir as oscilações negativas dos preços que a Petrobras supostamente reduz nas refinarias.
Essa decisão, de aumentar os preços, teria evitado a greve dos caminhoneiros. Mas não foi o que ocorreu. A greve foi política, teve o objetivo de tentar gerar impacto sobre a máquina de impostos criada pelo governo e pela Petrobras para manter o discurso do Executivo e do Legislativo Federal de que a sociedade não seria bombardeada com a criação de novos impostos. Mas foi mentira.
O governo aumentou a porcentagem de impostos nos combustíveis e a Petrobras adotou uma política de variação de preço de acordo com o mercado internacional... que afeta até o combustível produzido aqui. Resultado: a cada aumento, é como se o governo tivesse aprovado um novo imposto, com o aumento de arrecadação gerado pelo percentual de impostos sobre o preço final, na bomba.
Essa variação afeta diretamente no bolso de quem tem veículos e precisa abastecer. Mas afeta a todos, pois tudo é feito com veículos e combustíveis: transporte de pessoas, de alimentos, de produtos e também o transporte de combustíveis.
Com essa política malandra, o governo consegue ir tapando o buraco causado pela corrupção, gera um teto de gastos e não corta gastos de mordomias e muito menos a torneira dos desvios de verbas da corrupção.
Chegamos até esse ponto graças a um esforço muito bem feito pelo governo para dividir a população. Por trás dos panos, PSDB, PT, PP, MDB e outros participam todos da divisão do bolo dos cofres públicos através de fraudes de licitações e estratagemas do gênero. À frente dos panos, travam lutas tornando o debate da população em um embate sem fim entre bandeiras partidárias, grupos sociais, etnias, de gênero, etc. Todos no Brasil estamos uns contra os outros, enquanto os corruptos estão todos unidos para o saque da nação.
Neste cenário, enquanto de um lado o governo cede às pressões da greve dos caminhoneiros, um outro lado do poder público, aquele matreiro, de contra informação, inicia uma campanha para que a população mude de ideia e passe a encarar a greve como algo negativo. A Rede Globo teve papel fundamental nesse esforço, nessa campanha.
A bem da verdade, sabemos que o brasileiro sempre se acusa de ser bovino. Mas quando protesta, parece também estar agindo errado. Queremos Revolução, mas não queremos despentear os cabelos. Queremos a derrubada de um governo, intervenção militar, mudança de todo o status quo político, mas, por favor, sem amarrotar nossas camisas.
Não é bem assim que acontece.
Precisamos enxergar a greve dos caminhoneiros como um primeiro passo para deixarmos de assistir passivamente a política absurda de preços da Petrobras. Profissionais de vans escolares de São Paulo anunciam paralisação para esta semana. Motoristas de aplicativos podem fazer o mesmo? Taxistas? Produtores agrícolas? Quem mais? Como cada cidadão pode se manifestar e causar impacto para mostrar que já percebeu a má fé do governo e que é contra ela?
Em 2008, para tentar fugir de um desaquecimento da economia devido à crise externa, o governo cortou o IPI de veículos e da linha branca. Comprar carros e geladeiras mais barato deixou a sociedade feliz da vida com a vantagem que foi dada para aquelas indústrias. Reduzir o diesel para os caminhoneiros é a mesma coisa. É mostrar - de novo - que o governo tem gordura para ser cortada e que essa redução da carga tributária não faz mal. Muito pelo contrário, lubrifica a economia.
Mas quem quer mostrar que pode arrecadar menos, se a economia responder melhor? Quem quer mostrar à sociedade que ela tem poder?
Ao invés de fazer isso, tentam, mais uma vez, nos separar.
Por favor, não vamos cair nessa.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Informações e contra informações em Missão Pré-Sal 2025


Missão Pré-Sal 2025
Romance de espionagem de Vivianne Gebber
Editora Record, 2015


O primeiro romance de um autor, em geral, é uma obra que revela uma transição bastante clara. Uma pessoa deixa de ser mera leitora, e se transforma em contadora de histórias. Missão Pré-Sal 2025 é a obra de transição da advogada Vivianne Geber. Militar da Marinha de Guerra do Brasil e fã de Tom Clancy e Frederick Forsyth, entre outros, Vivianne tem uma trajetória muito parecida com a de muitos autores iniciantes ou ainda não publicados. Dividida entre as vidas pessoal, profissional, e o desejo de contar uma história, a militar administrou seu tempo livre e começou a escrever sem saber ao certo onde iria chegar.
Com o original pronto no computador, passou a procurar editoras e agentes literários. Deparou-se com uma agente que - de cara - aprovou seu projeto e comprou a briga. Em pouco tempo, Vivianne deixava ser unicamente leitora e tornou-se autora de um romance de espionagem publicado pela Record.
Missão Pré-Sal 2025 é resultado de trabalho de pesquisa, vivências pessoais na Marinha de Guerra e no Exterior, e - principalmente - do esforço de tecer uma trama, que é o ofício do escritor. No romance, Vivianne conta a história de um oficial da Marinha, Rodolfo Ruppel, enviado para a Inglaterra com uma dupla missão: a oficial, relacionada à aquisição de tecnologia naval dentro de um acordo comercial, e uma missão encoberta.

Ruppel tem que evitar que um projeto secreto de um submarino vá parar em mãos de empresas que possam - de uma tacada só - inutilizar um segredo de um projeto militar inovador completamente brasileiro e, ainda por cima, lucrar rios de dinheiro com isso. Mas onde está esse projeto? Quem fez com que tais esquemas vazassem dos centros de pesquisa da Marinha Brasileira?
Vivianne Geber procura enredar o leitor em um jogo em que informações são reveladas em um momento para - em seguida - serem questionadas. A intenção, como autora de romance de espionagem, é usar a dissimulação para que o leitor se questione acerca da verdade.
O que é realidade nas operações em que Ruppel está envolvido? Seus superiores estão dizendo a verdade? Seu contato na Inglaterra é confiável?

LEIA A RESENHA COMPLETA E ENTREVISTA COM A AUTORA:
http://textosecreto.wix.com/editoratextosecreto#!Informa%C3%A7%C3%B5es-e-contra-informa%C3%A7%C3%B5es-em-Miss%C3%A3o-Pr%C3%A9Sal-2025/cu6k/56d50be00cf20d226f193452

Uma operação do SNI no Chifre da África

Saddam Hussein precisava de material físsil. Em seus planos estava a construção de uma bomba nuclear. O Brasil fornecia o que o Iraque precisava, mas interesses estrangeiros começam a pressionar o país. O governo militar busca um meio de burlar a vigilância a Agência Internacional de Energia Nuclear e incumbe seu serviço secreto, o SNI, de criar uma frente africana para fornecimento de urânio para o seu cliente do Oriente Médio.

A guerra entre Etiópia e Somália chegava ao fim. Centenas de órfãos de famílias somalis em território etíope são entregues a uma missão religiosa. Marie Helene, uma das missionárias, assume para si a responsabilidade de levar as crianças para encontrar seus familiares, na Somália. Uma guerrilha etíope, para os quais a guerra ainda não acabou, não concorda com a decisão dos religiosos.
Ao mesmo tempo, na Somália, agentes do SNI chegam no país com a missão de prospectar urânio para entregar, sem que ninguém saiba, ao governo de Saddam Hussein.
Agentes do Mossad são infiltrados na região com o objetivo de frustrar os planos dos brasileiros. Para isso, eles vão fazer o que for necessário, mesmo que isso signifique bater de frente com o agente local da CIA ou usar a população local contra os brasileiros.
Durante um vôo sobre a fronteira entre Somália e Etiópia, para levantar dados para a mineração de urânio, um incidente militar coloca os espiões brasileiros em confronto direto com os israelenses e uma milícia etíope prestes a executar os órfãos que Marie Helene tenta, desesperadamente, salvar.
É a hora dos espiões decidirem em qual guerra vão realmente lutar.
Este é o enredo de Fronteira, romance de espionagem publicado em 2009.

Espionagem, guerra e caça ao tesouro no Iraque

Imagine um local onde ao cavar seu quintal para instalar uma piscina, você corre o risco de encontrar um tesouro arqueológico. Esse lugar existe.

No início dos anos 80, um grupo de brasileiros foi para esse lugar participar da construção de uma usina nuclear. A obra ia de vento em popa, quando aviões israelenses lançaram toneladas e explosivos no local.
Quase 10 anos depois, o mundo inteiro observa a iminente explosão da primeira Guerra do Golfo.
Em meio ao cerco da coalizão ao Iraque, um agente da CIA descobre que um coronel iraquiano está tentando contrabandear algo escavado dos destroços da usina nucelar destruída e desertar do Exército de Saddam Hussein.
Ao mesmo tempo, o grupo de brasileiros que haviam trabalhado naquela mesma usina arrisca todas as suas fichas no caminho inverso que todas as delegações estrangeiras estão fazendo no Iraque - enquanto todos querem sair, eles querem entrar.
Este é o ponto de partida de Souvenir Iraquiano, romance de espionagem publicado em 2005.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Informação e apuração - verdade e mentira na imprensa/internet

O jornalista Bob Woodward tornou-se mundialmente conhecido por ter participado da investigação que revelou o Escândalo de Watergate. O caso, no qual trabalhou em parceria com o colega Carl Bernstein, provocou a renúncia do presidente Richard Nixon, no distante ano de 1974.
Woodward escreveu um livro chamado Veil, as Guerras Secretas da CIA, que aborda uma época conturbada da agência de inteligência norte-americana, no período de 1981 a 87, sob o comando de William Casey.

Em um determinado trecho, o livro narra um momento em que o então presidente Ronald Reagan pede um relatório a Casey, com informações sobre ações terroristas espalhadas pelo globo. Casey aciona uma equipe da agência para produzir o material.
Quando pronto, o relatório é avaliado por Casey e outras pessoas, antes de ser levado para Reagan.
Infelizmente, o trabalho tem que ser refeito.
Várias pessoas na sala de Casey ficam surpresas. "Qual seria o motivo?"
Parte da pesquisa havia sido baseada em clipagem de jornais europeus com matérias sobre ações de grupos extremistas.
Acontece que muitas daquelas reportagens eram invenções da própria CIA plantadas na imprensa europeia. Logo, não poderiam ser levadas em conta em uma análise séria para ser jogada na mesa de Reagan.
E o trabalho teve que ser refeito.
Detalhe interessante da história: Não havia internet na época.
Culpar a internet pela desinformação. Os desinformantes são culpados pela desinformação.
E, no final das contas, levando em consideração o exemplo acima, cobrar de simples mortais apuração sobre informações que encontram na imprensa, na internet, ou onde quer que seja, às vezes pode ser pedir demais.
(Já pensou que esse exemplo pode não ser verdade?)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O Idiota e o Prêmio Nobel

O idiota e prêmio Nobel. Um tem sua voz sacralizada pelo cânone, pelo peso inquestionável da reprodutibilidade aplicada na consagração e distribuição de suas ideias. O outro, por encontrar eco entre iguais (e até entre os não tão iguais assim). Se por um bom tempo o certo, o justo e o inquestionável era definido pela afirmação que ganhava o aval do fotolito e das rotativas (que raramente se movem para avalisar idiotas), hoje a velocidade e a ramificação digital oportunizam que o idiota consiga, em um dia - ou menos - espraiar seu ponto de vista a um número maior que a tiragem dos dois ou três maiores jornais do mundo juntos. Se um dia o jugo da cultura e do conhecimento dependentes de um ferramental técnico fora do alcance das massas (dos idiotas?) foi questionado, hoje, o que se pensa do efeito libertador da internet?
Que a libertação foi negativa?
Que ultrapassar as barreiras do dispendioso tangível condena a humanidade ao fracasso como civilização?
Nelson Rodrigues (tomo emprestada a citação) descreve a situação: “Estes descobriram que são em maior número e sentiram a embriaguez da onipotência numérica. Criou-se uma situação realmente trágica – ou o sujeito se submete ao idiota ou o idiota o extermina”.
Mas a situação pode ser descrita apenas como Eco e Nelson Rodrigues estabelecem? A ascensão do idiota não pode ser considerada a liberdade intelectual das massas, que enxerga não mais paradigmas naquilo que a inteligentsia definiu como digno de ser publicado ou avalisado?
Haveria um pouco de dor de cotovelo dos publicáveis quando viram que a sociedade está se libertando da prisão do “publicável”?
Tomemos o movimento artístico do início do século passado, a vanguarda, a arte moderna, estabelecendo que a arte burguesa não devia ser tomada como fôrma e limite da arte. Que TODOS tinham a arte em si e o direito de se expressar artisticamente não cabia apenas a elementos artistas profissionais. Daí veio o rabisco como arte….
Não vivemos um momento parecido? Não estamos exatamente questionando de quem é o direito de se afirmar pensador da civilização? Não estamos aqui movidos pela discussão sobre o idiota que se sente livre para “pensar” sem as definições do prêmio Nobel?
Voltando à Vanguarda artística, o movimento que quis democratizar e popularizar a arte acabou se elitizando novamente. Quando disseram que qualquer rabisco poderia ser arte, não estavam dizendo que apenas o rabisco DE ALGUNS valeria como arte.
Mas foi o que aconteceu.
E, por mais que os chamados idiotas tenham essa sensação, essa “embriaguez da onipotência numérica”, eles continuam presos à insignificância, pois não terão o “check”, o “visto”, o aval da intelligentsia.
Esta, pode ter se assustado, mas sua capacidade de se adaptar e voltar a impor suas limitações ao pensamento coletivo são infinitas.
Já estamos vendo isso acontecer.
Liberdade de expressão demais também dá trabalho.
É mais fácil quando tudo já vem julgado e empacotado para consumo.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Espionagem, policial e suspense. Você escreveu um livro de algum desses gêneros?

Se a resposta é sim, conheça a Editora Texto Secreto.
O propósito da editora é unir autores estreantes para trabalhar promoção de uma forma mais intensa.
Isso porque não basta publicar e fazer um site.
É preciso divulgação, distribuição e todo um trabalho para mostrar que a produção nacional de romances policiais, de suspense e espionagem chegou para ficar.
Faça uma visita: www.textosecreto.com.br


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Texto Secreto: Policial, Suspense e Espionagem no mesmo lugar, de um mesmo lugar

O X da questão
Os gêneros de literatura Policial, Suspense e Espionagem são amados em todo o mundo. As tiragens são contadas em milhões de exemplares e cada vez mais títulos têm seus direitos vendidos para se transformarem em produções de cinema e televisão.
Nós mesmos, no Brasil, somos grandes consumidores desses gêneros.
No entanto, nossos autores estão longe das listas dos livros mais vendidos.
Isso não acontece porque produzimos poucos livros de tramas policiais, de suspense ou espionagem.
Isso acontece porque o leitor não consome a produção nacional desses gêneros.

Onde está o leitor?
Estudos mostram que boa parte do público que lê e assiste cinema e TV tem – de verdade – preconceito com a nossa produção.
Vários autores já tiveram que adotar pseudônimos estrangeiros e contar histórias passadas em outros países para poder emplacar seus livros.
Usando nomes “brasileiros” (dos autores e dos personagens), eles não têm sucesso, não têm leitores. Os autores sabem disso, os editores sabem disso, o mercado sabe disso.
Isso, bem devagar, está mudando.
Como acelerar esta mudança?

Como fazer este desvio?
O primeiro passo, a Editora Texto Secreto quer dar junto com você, que escreve nos gêneros Policial, Suspense e Espionagem: Aumentar nossa força através da união.
Muita gente já descobriu a facilidade de publicar um livro na atualidade.
Mas o problema não é apenas publicar.
E o problema não é, tão pouco, distribuir os livros.
O grande problema é fazer com que o público tenha seu interesse para seu livro.
E esta não é uma preocupação apenas sua.
Tenha certeza disso, você não está sozinho(a).

O sucesso é um desafio coletivo
Então vamos recapitular:
  1. os gêneros de suspense, policial e espionagem fazem sucesso no mundo todo, e o Brasil não fica de fora;
  2. estamos produzindo bastante nesses gêneros, mas sem grande reconhecimento;
  3. o mercado sabe que autores brasileiros muitas vezes precisaram usar pseudônimos estrangeiros para poder vender
  4. precisamos abrir o mercado para nossos autores.
O nosso sucesso, como autores e editores de suspense, policial e espionagem está na venda dos livros, de seus direitos para cinema, na expansão deste mercado.
Para vender, precisamos de notoriedade.
Em tempos de internet, muitos têm a impressão de que basta estar online para conseguir popularidade. Não é bem assim. Estar online é garantia de estar acessível. Não é garantia de mais nada.
A divulgação é este desafio coletivo.

A lógica da andorinha
O ditado é mais antigo do que andar para frente, mas funciona. No entanto, a Texto Secreto quer mostrar um modo eficiente de colocar isso em prática.
Um autor divulgar seu livro é algo muito óbvio. Mas não tem credibilidade.
O que vende livro é opinião. E quanto mais a gente acredita em quem dá a opinião sobre um livro, mais chance de comprarmos esse livro ou falarmos dele.
Quem faz esse papel no Brasil hoje em dia, na grande mídia, nos canais de comunicação de massa?
Talvez bem menos gente do que gostaríamos.
Precisamos preencher esse espaço.
A ideia de uma editora trabalhando exclusivamente nestes gêneros, reunindo dezenas e talvez centenas de autores brasileiros, é a base de nossa força. Uma editora construída por todos, conferindo credibilidade e força para cada livro publicado.

Vamos juntos encarar este desafio?